Um pouco do papel da Dopamina na Motivação!

Um pouco do papel da Dopamina na Motivação!

Antes de mais nada vamos entender, de forma bem rápida e superficial, o que é a tal da Dopamina. Dopamina (C8H11NO2) é um neurotransmissor, um mensageiro químico liberado pelos nossos neurônios. Ela é precursora natural da noradrenalina e adrenalina, que por sua vez são substâncias estimulantes do sistema nervoso central.

Durante muito tempo acreditou-se que a dopamina estava relacionada ao prazer, mas não, hoje é sabido que a dopamina está relacionada à motivação. Nossos “comportamentos guiados por um objetivo” (goal direct behaviours) são dopamina-dependentes. Ou seja, para emitirmos um comportamento guiado por um objetivo precisamos da dopamina. Nós usamos a dopamina para buscar por prazer, ela nos move – motiva a ação – motivação! Para criarmos
hábitos nós precisamos de dopamina.

Um dos estudos que chegou a essa conclusão foi um estudo realizado em 1993 (Publicado no “The Journal of Neuroscience”) por pesquisadores alemães e serviu para demonstrar o papel da dopamina na motivação.

Basicamente o estudo usou dois macacos machos que tiveram suas atividades neurais monitoradas e gravadas através de eletrodos. Os macacos foram colocados em cadeiras e a sua frente uma lâmpada amarela. Foi posicionado ao alcance dos macacos uma alavanca. Na frente deles foi colocado um bico de onde saia (de forma controlada e guiada) suco de maçã.

Primeiramente o macaquinho foi ensinado que daquele bico saia suco. O suco foi oferecido a eles de forma randômica a fim de simplesmente ensiná-los que dali viria algo prazeroso (suco).

Posteriormente foi ensinado aos macacos que, toda vez que a luz acendia o suquinho era oferecido. Foi ensinado também que, na presença da luz o macaco deveria pressionar a alavanca de forma correta e, após pressioná-la corretamente, o suco era oferecido.

Atentemos: os macacos aprenderam a pressionar a alavanca um determinado número de vezes e de uma forma específica para que então o suco de maçã fosse liberado.

O macaco via a luz acender, na presença da luz ele pressionava a alavanca “x” vezes e então o suco era liberado para ele.

Ao longo do experimento foi monitorado em quais momentos havia o aumento de atividade no sistema de dopamina dos macacos, e aí que vem a “surpresa”. Não houve aumento significativo de atividade nos neurônios dopaminérgicos na entrega da recompensa (suco), nem durante a ação (pressionar a alavanca), mas, houve um pico súbito no sistema de dopamina no momento que a luz acendia. Ou seja, há pico de dopamina na POSSIBILIDADE de receber a recompensa. O “gatilho” do macaco era a luz! Ao se deparar com a possibilidade de obter a recompensa havia pico de dopamina que então o motivava a apertar a alavanca para obter a recompensa.

LUZ – PRESSIONAR ALAVANCA 10 X – LIBERAÇÃO DE SUCO
GATILHO – AÇÃO – RECOMPENSA
DOPAMINA = MOTIVA AÇÃO = LUZ = POSSIBILIDADE DE GANHAR SUCO

E por que então saber isso é importante para nós? É importante porque a maioria das pessoas acredita que só a recompensa que motiva!

Exemplo: Se você se propôs a fazer corrida, você sabe as reais recompensas? Você se interessou em pesquisar os benefícios, pesquisar sobre o esporte? Você tem clareza das recompensas que correr pode te trazer?

Tente ao máximo obter informações sobre o que você se propões a realizar, traga isso para dentro da sua vida. Identifique o que é o seu “SUCO”.

Identifique qual é sua “luz”, seu sinal motivacional! Nossa luz pode ser um lugar, uma pessoa, uma figura. Qual seu gatilho? No exemplo acima, toda vez que você entrar em contato com a possibilidade de correr 10k até o final do ano ou participar de uma prova “x” você terá pico dopaminérgico que te motivará a ir treinar. Toda vez que você entrar em contato com a possibilidade de obter o benefício da corrida (bem-estar, emagrecer etc.) você agirá para conseguir esse benefício. Ou seja, se você for esperar motivação sem “treinar” seu cérebro para ter claras as recompensas você não vai sair correndo, porque você não tem motivação.

Você tem que ter claro qual a REAL recompensa: tamanho, localização, gatilhos e esforço para conseguir. É REAL o que você está buscando? Se você não buscar o máximo de informação possível sobre seu “suco” você pode, e vai, se frustrar. – “Poxa, eu apertei tanto a alavanca e veio ÁGUA” (isso inibe a dopamina a nível basal e você “deprime”, se frustra, fica mal mesmo, afinal me “esforcei tanto” para “nada” – não era nada, era você que estava desalinhado).

Identifique seus gatilhos motivacionais porque são eles que gerarão dopamina para você se motivar. Saiba o esforço, o trabalho, que você precisa fazer e, principalmente, tenha noção da recompensa! Se você não souber os benefícios da tarefa que você se propôs a fazer, você não vai fazer. Você tem que entender as REAIS possibilidade de obter recompensa daquela tarefa. Saber benefícios gera engajamento.

Treine seu cérebro para identificar quais são as possibilidades de receber a recompensa, aí você será um motivado. Pare de ficar esperando o resultado para se motivar! Tenha o foco em entender a recompensa e o que você tem que fazer para conquistá-la.

O processo terapêutico pode te ajudar! Como então identifico meus gatilhos? Como estabeleço uma rotina e disciplina para trazer essa recompensa desses comportamentos esforçados que estou emitindo? Conhecimento é poder, se autoconhecer é poder!

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