Neuroplasticidade é a capacidade do nosso cérebro mudar, se adaptar e se moldar frente as novas experiências. Sim, nosso cérebro muda de forma estrutural e funcional conforme os novos estímulos que damos a ele, e é graças a esse processo que conseguimos ressignificar nossas interpretações frente a situações. A forma como enxergamos o mundo (crenças) pode então ser alterada. Sim, essa frase do “eu não consigo” pode não cola mais tão fácil 😊…
Vamos entender um pouquinho: Existem 2 tipos de neuroplasticidade: a PASSIVA e a ATIVA. A neuroplasticidade passiva acontece de forma natural e é mais fácil de acontecer na infância (até metade da adolescência), afinal temos um pouco mais de sinapses nesse período (chamamos esse período de janela neuroplástica). Você simplesmente expõe uma criança a determinado estímulo e ela absorve aquilo, sem grandes esforços.
Com o passar do tempo nosso cérebro vai tendo mais dificuldade de mudar frente às experiências, fica mais difícil alterar as circuitarias do nosso cérebro após os 25 anos. Devida essa diminuição da neuroplasticidade acontecer frente às experiências, mudar nossas “interpretações de mundo” (crenças) fica mais difícil também, afinal, agora para você ter neuroplasticidade você precisa de FOCO! Precisa de motivação e o mínimo de direcionamento de sua atenção para aquele aprendizado. Se você se lembra do texto anterior, para ter motivação (busca por prazer), você precisa de CONHECIMENTO (substrato para mudar). Se você não sabe qual sua recompensa (se não tem conhecimento sobre ela) você não tem motivação. Veja quanto esforço então temos que fazer para promover essas mudanças em nossas circuitarias cerebrais! Essa é a neuroplasticidade ativa, e é bem mais “trabalhosa”.
E o que isso tem a ver com psicoterapia? TUDO, afinal muitos comportamentos que você tem hoje e que aumentam ou disparam algum tipo de emoção são comportamentos “infantis”, comportamentos que você desenvolveu lá atrás para lidar com um problema e nunca mais o “atualizou”. Nosso cérebro e um reflexo do que damos a ele, se você não dá estímulo, você não desenvolve repertório. Sabendo que nosso cérebro é neuroplástico, podemos via psicoterapia submeter essas crenças a um crivo racional para então conseguirmos reformular essas interpretações sobre determinadas situações e mudar hábitos disfuncionais. Sim, a ciência mostra que você pode mudar sua estrutura cognitiva! Aproveite isso para “trocar” comportamentos disfuncionais que irão te prejudicar e só irão fortalecer circuitarias neuronais que irão infectar as outras para um lado negativo por ativar novas circuitarias que irão se fortalecer juntas para promover bem-estar e saúde emocional! Mudar, via psicoterapia, é incrivelmente possível graças a neuroplasticidade ativa! Vamos?