Outubro Rosa – A terapia pode auxiliar durante o tratamento do câncer de mama!

Outubro Rosa – A terapia pode auxiliar durante o tratamento do câncer de mama!

Publicado em outubro 4, 2017

O mês de outubro chegou e com ele o movimento internacional conhecido como “Outubro Rosa”. Tendo como símbolo o laço rosa, o movimento surgiu em 1990 nos EUA e é mundialmente conhecido por ser o mês da luta contra o câncer de mama e também como o mês da conscientização das mulheres sobre essa doença que acomete quase 58.000 mulheres, sendo responsável pela morte de quase 15.000 mulheres em todo o mundo (INCA 2016).

Além das alterações físicas, a paciente com câncer de mama terá também sua rotina familiar, profissional e social alteradas, pois, o câncer de mama causa um impacto psicológico muito grande e isso contribui para que essas mudanças aconteçam. A possibilidade de morte e mutilação geram extrema angústia, além de tristeza e raiva. Cada mulher (falo aqui mulher, e escrevo o texto principalmente para o público feminino, pois, a incidência em mulheres é muito maior do que em homens, que é de apenas 1% dos casos) sofre e encara a doença acerca de seu diagnóstico e dos aspectos psicossociais envolvidos. Geralmente as pacientes com esse diagnóstico enfrentarão um processo de elaboração de luto e aceitação de um novo corpo, corpo esse muitas vezes marcado irreversivelmente pela doença.

“O câncer de mama desestrutura a mulher no sentido de trazer para a sua convivência a incerteza da vida, a possibilidade de recorrência da doença e a incerteza do sucesso do tratamento. ” (Vieira, Lopes e Shimo, 2007, p. 314).

O câncer de mama é mais raro antes dos 35 anos e mais frequente a partir dos 50 anos. Quando aparece em mulheres em idade reprodutiva, encarar a doença muitas vezes é encarar a própria fertilidade. A fertilidade para muitas mulheres está associada a encarar a própria feminilidade. Além disso, em nossa cultura, os seios desempenham função significativa na identidade e sexualidade das mulheres; e isso pode ser ainda mais angustiante. A paciente com câncer de mama entrará em contato com uma nova realidade, tendo que reconstruir sua autoimagem. Esses processos de reconstrução, aceitação e adaptação são muito dolorosos e a maior parte das mulheres não está preparada para isso, pelo menos não sozinhas. O aconselhamento psicológico será de significante importância, além do imprescindível apoio dos médicos, familiares e amigos. A terapia favorecerá a aceitação, trazendo melhor qualidade de vida ao longo do tratamento.

Grande parte das mulheres acometidas pelo câncer de mama o encaram como um estigma, castigo ou punição. Geralmente se perguntam “Porque eu? O que eu fiz para merecer isso? ”. Esse caráter punitivo da doença pode “ganhar força” se a mulher, ao ser submetida à quimioterapia, sofrer a perda dos cabelos; que tem forte papel cultural. A mulher poderá vivenciar preconceito por parte da sociedade, e isso  pode levá-la a um isolamento social, e até um quadro de depressão. A terapia auxiliará na compreensão da doença de uma forma mais clara diminuindo seu caráter punitivo.

Se iniciado logo após o diagnóstico, a terapia trará ganhos positivos na vida da paciente. Há eficácia comprovada de que a terapia contribui no tratamento, obviamente não se deixando de lado o tratamento farmacológico, que deve ser seguido à risca conforme orientações do médico oncologista e equipe médica responsável.

O trabalho da terapia será de acolher e orientar, pois, a saúde emocional influencia muito no tratamento.

O câncer ainda é um tabu para a sociedade, e o câncer de mama um tabu ainda maior para as mulheres. A medicina vem avançando muito e hoje os prognósticos são cada vez melhores.

Não deixe de fazer exames, procure um médico especialista! Quando diagnosticada precocemente a doença tem boas chances de cura! E se você está passando pelo tratamento, ou conhece pessoas que estão nessa situação, busque e indique a psicoterapia!

 

Psicóloga Celina Seixas

(Fiz tratamento para câncer de mama de 2014 a 2016)

CRP: 06/79398

 

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