Temos ouvido muito nos últimos tempos pessoas falando e disseminando a prática Mindfulness. Mas afinal, o que é Mindfulness?
A prática é embasada pela ciência, principalmente por ter sua eficácia comprovada nas áreas da saúde mental e física; além de ser reconhecida como terapia. Mindfulness não deve ser confundida com meditação, pois, em Mindfulness, temos técnicas específicas de meditação voltadas para um estado de atenção plena. Essa terapia é proveniente do Budismo, mas, desde que foi reconhecida cientificamente (ao longo dos anos 90), se desvinculou de abordagens espirituais ou culturais.
A prática demonstrou ser muito eficaz no tratamento da ansiedade (em outro artigo falarei mais sobre ansiedade). Mindfulness irá atuar na origem dela, que provém da forma como as pessoas reagem frente a ansiedade, e não tentará fazer com que ela “desapareça”. Ou seja, o indivíduo irá desenvolver formas de lidar com a ansiedade e não lutar contra.
Em Mindfulness ouviremos muito os termos aceitação e empatia (“compaixão”). Um dos primeiros passos é observar seus pensamentos, o que você sente frente a esses pensamentos, o que você faz frente a esses pensamentos e, principalmente, não julgar seus pensamentos, mas sim aceitá-los, “fique no presente, sem julgá-lo”.
Esse processo de aceitação de como somos no “aqui e agora” é longo e profundo, por isso a prática da terapia requer treinamentos e uma postura menos reativa.
Porque menos reativa? Pois, quando agimos de forma reativa, não estamos prestando atenção e não estamos “participando” do que se passa em nossa vida. Esse estado mental reativo é o cerne de algumas das doenças relacionadas à ansiedade, depressão e estresse. Mindfulness vem para nos ajudar a “participar mais” de nossas vidas, acolhendo a nós mesmos.
“Você não pode parar as ondas, mas você pode aprender a surfar”
Jon Kabat-Zinn.
(Jon é professor de Medicina e fundou a Clínica de Redução do Stress e Centro de Atenção Plena em Medicina, na Universidade de Massachusetts).
Celina Seixas
CRP: 06/79398